domingo, 4 de julho de 2010

O Museu de Zoologia -USP

Museu de Zoologia:
O Museu de Zoologia da USP começou sua vida como seção de Zoologia do Museu Paulista (Museu do Ipiranga), fundado em 1834 para comemorar a independência do Brasil e para atender a todos os ramos do saber humano. Seu acervo inicial era constituído de modesta coleção particular (Sartori), adquirida pelo governo do estado para nuclear a instituição.

Seu primeiro diretor, Hermann von Ihering, ocupava-se de várias especialidades zoológicas, além de Etnografia, e concentrava em suas mãos toda a pesquisa da casa. Durante sua longa administração apenas alguns subalternos, com funções de curadoria, conseguiram ter atividade pessoal de pesquisa: Hermann Luederwaldt (coleóperos) e João Leonardo Lima (morcegos).

O Museu empregava um excelente naturalista viajante, Ernesto Garbe, permanentemente no campo; assim, acumulavam-se coleções variadas de diversas partes do Brasil, algumas das quais, como o Rio Juruá, explorado em 1901-1902, até então desconhecidas cientificamente. As coleções assim formadas eram esporadicamente estudadas por especialistas de fora, às vezes com resultados notáveis: Miranda Ribeiro em peixes e anfíbios, Brölemann em miriápodos.

Por ocasião da Primeira Guerra Mundial, Ihering foi demitido em meio a rumoroso e complicado inquérito, sendo sucedido pelo História dor e politécnico Affonso d'Escragnolle Taunay, que perdurou no cargo por mais de 20 anos. Taunay continuou a política de Ihering, de manter um naturalista viajante no campo, de constituir uma pequena equipe científica de curadoria e de usar mais ou menos intensamente colaboração externa. Durante sua administração, o Museu manteve um perfil científico modesto, mas profissionalmente respeitável.

Em 1939 o governo do estado desmembrou o Museu Paulista. A seção de Zoologia, com parte da biblioteca, acervo e técnicos, passou a constituir o Departamento de Zoologia da Secretaria da Agricultura. Foi uma ação de caráter inteira e miudamente político, divorciada de qualquer consideração científica, resultando em uma repartição pública situada fora de contexto, sem missão definida e sem prestígio administrativo

A pequena equipe do Museu, contudo, concentrou-se em suas funções museológicas tradicionais, esperando melhores tempos e mantendo bom nível de pesquisa e, principalmente, de publicações. O primeiro diretor na Secretaria da Agricultura foi o agrônomo Salvador de Toledo Piza, de direção efêmera. Seguiu-se Oliverio Mário de Oliveira Pinto, ornitólogo de carreira na casa. Nessa fase foi o Museu transferido para o prédio adrede construído na avenida Nazaré, onde até hoje se encontra.

Pinto concentrou os parcos recursos do Museu na coleta ornitológica; opunha-se à sistemática moderna e à colaboração internacional. Apesar disso, a equipe do Museu, e principalmente os entomólogos, conseguiram certo grau de autonomia e mantiveram o ritmo de trabalho e publicação. Esse estado de coisas durou até 1959, quando foi nomeado diretor Lindolpho Rocha Guimarães, entomólogo de origem médica e pesquisador de primeira linha

Com Guimarães iniciou o Museu sua caminhada consciente no sentido de empreender pesquisa em nível contemporâneo e ensino de pós-graduação. Essas metas foram plenamente atingidas em 1969, quando o Museu foi integrado à USP. Essa integração pode ser hoje considerada como completa, e caracteriza-se principalmente pela introdução de forte contingente de sistemática evolutiva ao currículo geral de ensino e pesquisa.

O Museu de Zoologia da USP destaca-se, em escala mundial, pelo volume de suas coleções e pela qualidade da curadoria. A biblioteca, hoje com cerca de 50.000 volumes, foi iniciada no fim do século XIX; é praticamente completa para as finalidades, e atentamente mantida atualizada. As duas revistas científicas publicadas pelo Museu, Papéis avulsos de zoologia (em seu volume 38) e Arquivos de zoologia (no volume 32), garantem à biblioteca cerca de 480 permutas. O Museu é responsável por cerca de dois terços do ensino de pós-graduação em Zoologia na USP. Conta com 18 pesquisadores, 15 dos quais com grau de doutor ou título maior, pela USP ou por outras instituições.

A maioria dos animais expostos, em uma área de 700 m², pertence à fauna tropical e foi preparada (taxidermizada ou embalsamada) há mais de 50 anos. No saguão de entrada, algumas vitrinas informam o visitante sobre as principais atividades dos docentes e pesquisadores do Museu. Os animais estão grupados de acordo com sua classificação: peixes, anfíbios, répteis, aves e mamíferos, e alguns invertebrados, como corais, crustáceos e moluscos. A Biblioteca, especializada em Zoologia, dispõe de instalações e equipamentos modernos, atendendo a comunidade científica e o público em geral. Conta com um patrimônio de 73.850 volumes, sendo 8.473 livros, 2.364 títulos de periódicos, além de teses e mapas.

Junto com a criação do Departamento de Zoologia, foi projetado um novo prédio para a coleção zoológica.

Com o término da construção, em 1940-1941, o acervo zoológico foi transferido para o edifício que hoje ocupa.

Finalmente, em 1969, o museu passou a fazer parte da Universidade de São Paulo e recebeu seu nome atual.


Avenida Nazaré, 481 - Ipiranga - CEP 04263-000 - São Paulo - SP - Brasil - Fone: (55) (11) 2065-8100 - Fax: (55) (11) 2065-8115 - E-Mail: mz@edu.usp.br











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